terça-feira, 13 de setembro de 2011

O código do tesouro





Após a descoberta daquilo que se parecia com um mapa de tesouro e que indicava como local o velho casarão do fim da rua, Bob nem se deu conta, quando percebeu, já estava correndo ansiosamente para mais aquela aventura. Quando ele estava quase alcançando o casarão misterioso, parou de correr e continuou o trecho andando bem devagar; enquanto isso, ele só pensava que talvez não fosse uma má idéia voltar para a casa da sua avó.
Hesitante, fez uma inspeção na parte externa da casa. Procurava por algum atalho para entrar e explorar a casa. Notou que uma das madeiras da parede não estava presa na estrutura geral da construção. Então, abaixou-se e tentou ver alguma coisa pela fresta que a madeira deixava à vista. Ele não conseguiu enxergar nada de exótico no interior do casarão, apenas móveis normais cobertos por uma camada grossa de poeira. Ansioso, ele olhou ao redor e encontrou uma árvore que alcançava as janelas do segundo andar, subiu por ela até a ponta do galho onde poderia espiar à vontade. De lá, não enxergou nada diferente de apenas mais um casarão abandonado.
Arrojado e seguro de si, desceu da árvore e dirigiu-se até a porta da frente do casarão. Decidido a entrar naquele abrigo abandonado, ele pegou uma madeira caída em frente às escadas principais da varanda, com tamanho e peso suficientes para fazer um bom estrago e, segurando com bastante força, chocou-se direto com a porta, quebrando a fechadura, a maçaneta e boa parte da madeira. Com o abalo, as paredes vibraram e as vidraças das janelas da frente se quebraram por completo.
Apesar de ser corajoso, passava pelo seu corpo um certo medo de acabar encontrando algo ou alguém ali. Bob entrou lentamente na casa, suas pernas estavam bambeando, mas a cabeça determinada a prosseguir. Assim que ele chega ao meio da sala de estar, ele olha em volta e percebe que a porta e os demais vidros que haviam sido quebrados com o impacto da madeira na porta, agora estavam perfeitos, como se nada tivesse acontecido. Nesse momento, Bob fica apavorado! Desistiu de continuar e tentou fugir, mas os vidros e a porta dessa vez eram inquebráveis.
O pavor já tomando conta de sua mente, ele parou por um instante para organizar as idéias. Lembrou-se daquela madeira quebrada da parede que ele avistara lá fora. Foi procurá-la. Bob não conseguiu encontrar a falha que tinha encontrado no exterior da casa. Apavorou-se mais ainda. Subiu ao segundo andar do casarão e viu apenas um gaveteiro no enorme cômodo que ocupava todo o piso superior. Curioso, abriu o móvel e foi surpreendido por imagens e sons horrorosos! Saiu correndo e pisou em uma parte do assoalho que estava frágil e acabou quebrando de vez, enroscou o pé que caiu no buraco. Aterrorizado, percebeu que aquele sobrado era mal-assombrado.
Depois de finalmente conseguir se livrar da armadilha acidental, pegou o mapa e começou a procurar o tesouro que talvez alguém escondera naquele casarão. Bob analisou cada objeto da casa detidamente, ele não queria perder nenhum detalhe. Por fim ele encontrou alguns livros embaixo de uma escrivaninha, mas estranhamente pareciam ser todos iguais. Por que alguém manteria uma coleção de livros iguais? Bob foi abrindo todos eles. Notou que apesar de serem iguais por fora, o seu conteúdo era formado por letras diferentes, havia códigos e também muitas imagens de baús com tesouros. Bob ficou alegre de ter achado mais uma pista para o tesouro e começou a saltitar de excitação. Porém, ele não percebeu que, ao dar seus saltos efusivos, ele havia rasgado a parte mais importante de seu mapa: a parte que continha uma legenda de códigos.
Ele pegou alguns livros e os colocou sob seu braço esquerdo e junto pôs o seu mapa. Checava-os quando não tinha certeza plena dos caminhos a tomar. Mas, ainda não sabia nada sobre o significado dos códigos. Bob já tinha explorado todo o térreo da casa e não pretendia continuar pelo andar de cima. A experiência anterior no segundo andar não lhe animava a subir as escadas outra vez. Tinha tanto medo daquele pavimento superior que sequer olhava para cima.
Bob ficou por alguns dias preso ali, rondando de um lado para o outro. Não encontrou o tesouro, não encontrou nada. Muito fraco, debilitado pela inanição, ele deixou-se cair bem no meio da sala principal. Alguns moradores do bairro já procuravam por ele pelos arredores. Até que alguém teve a ideia de verificar no casarão. Olharam pela janela e lá viram ele. Batiam nas janelas, nos vidros, nas paredes. Ele, que estivera desmaiado, acordou e viu seus conhecidos vizinhos tentando reanimá-lo pelo lado externo. Foi então que ele estendeu seu corpo pelo chão, ficou de costas e olhou para cima pela primeira vez depois do susto com o segundo andar. Então, ele viu a parte do mapa que perdera e que agora estava presa no teto, pela fenda rachada no assoalho superior.
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